BARREIRAS: Uma joia cultural além do agronegócio

BARREIRAS: Uma joia cultural além do agronegócio

Data de Publicação: 6 de abril de 2025 19:35:00 Uma reflexão sobre o potencial cultural de Barreiras, destacando a importância do documentário “Alcyvando Luz” e a necessidade de valorização das artes na região.

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O artigo de Antônio Oliveira explora a dualidade de Barreiras como um polo de agronegócios e a riqueza cultural pouco reconhecida da cidade. Através do documentário “Alcyvando Luz: o Tropicalismo tem um pé em Barreiras”, o texto enfatiza a importância de promover a cultura local, especialmente nas áreas de música, literatura e audiovisual, propondo um olhar mais atento para as potências artísticas da região. (Amapoula Valence)

 

Frame do documentário (Reprodução Cerrado Comunicação e Editora)

Por Antônio Oliveira

Barreiras sempre foi conhecida em todo o Brasil, principalmente no Norte e Nordeste,  por seu potencial econômico agroindustrial e comercial. Nos seus primórdios, no século XIX, era o intercâmbio da então vila banhada pelo Rio Grande - e suas barreiras -,  com a região de Juazeiro e Petrolina, Bahia e Pernambuco, respectivamente, quando os barcos à vapor transiam produtos industrializados daquelas duas cidades com as mesmas aptidões econômicas de Barreiras e levavam de volta produtos primários da agropecuária, inclusive da minha região natal, a antiga São José do D’Ouro, no antigo nordeste goiano, atualmente Dianópolis, no sudeste do Tocantins – nascendo desta relação comercial um intercâmbio educacional, cultural e político muito grande até os dias de hoje.

Barreiras – uma Ribeirão Preto do MATOPIBA -,  continua ainda mais conhecida na condição de polo de uma das regiões de agronegócios mais prósperas do Brasil, produzindo diversos alimentos, fibra e biomassa.

Porém, ainda é pouco conhecida, até mesmo na capital soteropolitana, por seu potencial cultural nas áreas da música, da literatura e do audiovisual. Barreiras é muito rica nestes expoentes artístico-culturais e carece de mais projeção no cenário estadual e nacional – inclusive local, por meio dos poderes públicos e da iniciativa privada.

No audiovisual, foco deste artigo, não é pequeno e nem inexpressivo o número de “fazedores” cinematográficos. Inclusive um curso de nível técnico de audiovisual que existiu numa faculdade privada da cidade fez e revelou muitos talentos.

Recentemente, o escritor, poeta, jornalista e, agora, cineasta, Roberto de Sena – um dos primeiros repórteres na minha Folha de Barreiras, nos anos 1980, auge da colonização do Cerrado baiano e de “pisada no acelerador do desenvolvimento de Barreiras”, do qual meu jornal foi testemunha e porta-voz -, contemplou Barreiras com um excelente documentário, com técnica e qualidade que não deixam nada a desejar à produção dos grandes centros -  desde a produção à pós-produção.

Jornalista Roberto de Sena,
roteirista do filme (Foto: Divulgação)

E o Sena, que tem vários livros publicados,  teve um rompante de muita sensibilidade cultural e de justiça ao resgatar um dos capítulos mais ricos da história geral da nossa – tenho, também,  sangue barreirense correndo nas veias e uma relação cultural, profissional e afetiva muito grandes com a cidade - querida Barreiras: o de pesquisar, escrever e roteirizar a história do músico e compositor barreirense Alcyvando Luz.

Sob a direção de Son Araújo, fotografia de Otonriki Castro e produção de Gabriel Sena, o documentário “Alcyvando Luz: o Tropicalismo tem um pé em Barreiras” reporta, por meio de depoimentos de familiares e amigos, um pouco da história do músico barreirense gravado por tantos nomes importantes da MPB, a exemplo de João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Fafá de Belém, Emílio Santiago e Zizi Possi.  A produção foi classificada em primeiro lugar na Lei Paulo Gustavo de Incentivo à Cultura, organizado pela prefeitura de Barreiras, via secretaria de Cultura,  com recursos do Governo Federal.

O curta, com 31 minutos de duração e com belas imagens de Barreiras,  foi apresentado à sociedade barreirense em agosto do ano passado no Centro Cultural Rivelino Silva de Carvalho, em duas sessões com casa lotada.

Frame do documentário (Reprodução Cerrado Comunicação e Editora)

Eu não pude ir a nenhuma das duas exibições, mas tive a oportunidade, na última sexta-feira, de assisti-lo no canal do autor no YouTube (reprodução abaixo, no final deste texto). 

Qualidade e importância da obra já supramencionadas, fecho este artigo reafirmando mais este potencial da cultura barreirense e com minha defesa ainda mais contundente: Barreiras já tem sua Feira Literária (que precisa ser melhorada, conforme já escrevi em artigo (clique aqui), e deveria ter, como parte desta feira, ou independente, uma mostra regional de cinema, aberta para cineastas da cidade, região e de todo o Brasil. 

Barreiras tem o que mostrar além dos agronegócios, catapultando o município e a região nos cenários estaduais e nacional da literatura e do cinema e, assim, atraindo muitos outros investimentos no setor cultural.

Parabéns, Sena e toda a equipe de produção e pós produção de “Alcyvando Luz: o Tropicalismo tem um pé em Barreiras”.

Em tempo: política pública bem respondida.

Barreiras, Cultura, Agronegócio, Audiovisual, Documentário, Alcyvando Luz, Potencial cultural

 

 

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