(Ilustração: site Pinte o mundo super coloring - https://www.supercoloring.com/)

Antônio Oliveira

Num dos chamados dias úteis da semana, eu caminhava, a trabalho, numa das calçadas da parte leste da já agitada Avenida JK, em Palmas. Trata-se, em toda sua extensão leste e oeste – a divisão é a bela Praça dos Girassóis, onde estão localizados os três poderes de Estado (cujo prédio principal, carece, há anos, de um Estadista e Político ético na verdadeira acepção da palavra e da lisura) -, de um grande shopping a céu aberto. Palmas, capital do Tocantins, com seus 35 anos, é uma das mais belas epopeias da história política do Brasil – aqui se constrói uma das mais belas cidades do mundo. “De repente, não mais que de repente”, como disse o poetinha Vinicius de Moraes, no seu “Soneto de Separação”, atravessa na minha frente bela mulher, morena clara de cabelos longos, negros e lisos. Fez-me um convite para entrar numa ótica onde trabalha para trocar meus óculos.

- Não, obrigado. Foram trocados há poucos dias. A senhora é muito bonita e seu vestido realça ainda mais a sua beleza. Adoro vestido justamente por realçar a beleza feminina – respondi, sem galanteios,  à aquela mulher.

Surpreendida com o meu elogiou e tocada de ternura, ela abriu um belo sorriso e me agradeceu. Continuei minha caminhada.

Na volta, novamente, estava aquela mulher na porta do seu trabalho. Olhou bem para mim, deu-me outro belo sorriso e decretou:

- O senhor vai entrar aqui, sim. Por favor!

Adentrei a loja sob o seu comando. Ela retirou meus óculos, limpou-os com um lencinho e, muito feliz e sorridente, mostrou-me sua colega.

- Olha como minha colega está bonita também com o seu vestido!

- Lindas, o vestido dela também reaçou sua beleza – respondi, agora tímido e, por dentro, muito feliz por ter levantado ou aumentado a autoestima de uma mulher.

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