Uma dança entre séculos
Uma dança entre séculos
Data de Publicação: 15 de setembro de 2024 19:48:00 Entre o fascínio do passado e as sombras do presente, uma reflexão sobre vidas que se cruzam entre os séculos, dançando ao som da saudade e da reencarnação.
Em "Uma dança entre séculos", conto romântico escrito a partir de um “diário de bordo”, Antônio Oliveira nos leva a um passeio pelo Centro Histórico de São Luís do Maranhão, onde o passado e o presente se entrelaçam em memórias e sensações. Entre casarões antigos e becos silenciosos, ele revisita suas possíveis vidas anteriores, nas quais teria sido coronel, senhor de engenho e um apaixonado. Em um encontro com sua amada de outras eras, reflete sobre o poder da reencarnação e os mistérios da Lei do Retorno, que transforma glórias passadas em desafios presentes. Um conto que mistura história, amor e espiritualidade, tecendo uma narrativa que ecoa os ciclos da vida através dos séculos.
Foto: Antônio Oliveira |
Antônio Oliveira
Uma dança entre séculos
No Centro Histórico de São Luís do Maranhão, onde o tempo se dissolve nas pedras das ruas, visitei o passado vestido de casarões, palácios que falam de um tempo esquecido. As fontes cantam histórias antigas, e ao pisar nos calçamentos, senti que fui algo mais do que sou.
Me vi coronel, político, senhor de engenho, um jovem a cantar sob a sacada, onde ela me ouvia, envolta em sombras do passado, num amor que transcende eras, que ecoa como os versos de Coimbra, lembrança poética de Raul Ferrão e José Galhardo da antiga Universidade de Coimbra, em Portugal, onde a lua era professora, e a saudade, uma lição.
“... Coimbra dos doutores
Pra nós os seus cantores
A fonte dos amores és tu.
Coimbra é uma lição
De sonho e tradição
O lente é uma canção
E a lua a faculdade
O livro é uma mulher
Só passa quem souber
E aprende-se a dizer saudade...”
Nos salões do Palácio dos Leões, construído pelos meus compatriotas, em 1626, te vi, linda, envolta num vestido azul, os cabelos presos por uma fita rosa, dançando uma música que o vento levou. Era outra vida, outro tempo, mas o amor era o mesmo, tão real quanto as pedras sob meus pés.
Volto ao nosso tempo e tenho a percepção que nele nos reencontramos e nos perdemos.
Mas o presente é uma sombra disforme. Nos becos e largos, vejo almas perdidas, vagando como fantasmas de outro tempo. Quantos desses rostos esquecidos, esses moradores da sarjeta e do delírio, já foram senhores de engenho, coronéis do passado, agarrados às ruínas de seus impérios?
A cidade é testemunha. Ela sabe que o ciclo não perdoa, que o poder de ontem é a queda de hoje, e que os casarões habitados por espíritos trevosos ainda ecoam risos e prantos de outras eras.
É a Lei do Retorno, que desenha o destino com a mesma mão que escreve a história nas paredes desses velhos casarões.
(Palmas, 15/09/2024)
#Reencarnação #HistóriaEspiral
#SãoLuísDoMaranhão #Saudade
#MemóriasDoPassado #CiclosDaVida
#PatrimônioCultural #AmorEterno
#LeiDoRetornoParte inferior do formulário
Foto: Antônio Oliveira |
Foto: Antônio Oliveira |
Foto: Antônio Oliveira |
Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|