Jardim de inverno a céu aberto
Jardim de inverno a céu aberto
Data de Publicação: 25 de agosto de 2024 11:44:00 No coração de uma cidade que parece adormecer após o horário comercial, surge um espaço onde a poesia e a cultura florescem em meio ao concreto. "Jardim de inverno a céu aberto" nos convida a contemplar a transformação de uma alameda urbana em um refúgio de emoções, onde o vento carrega palavras e o cotidiano se veste de poesia...
No coração de uma cidade que parece adormecer após o horário comercial, surge um espaço onde a poesia e a cultura florescem em meio ao concreto. "Jardim de inverno a céu aberto" nos convida a contemplar a transformação de uma alameda urbana em um refúgio de emoções, onde o vento carrega palavras e o cotidiano se veste de poesia. Osmar Casagrande nos guia por esse cenário, onde o simples ato de reunir amigos e poetas se torna um plantio cultural, regado por memórias e paixões que resistem ao tempo.
Grupo de poetas e escrfitores do Tocantins (Foto: Junior Maracaípe) |
Jardim de inverno a céu aberto
Por Osmar Casagrande*
Aconteceu ali, no coração da cidade que estava a pulsar na calma pós horário comercial, numa sexta-feira ventosa de agosto no calçadão da rua NE 2. O nome sintético, frio e matemático da rua foi vencido pela poética e aquele pedaço de alameda se tornou “Jardim de Inverno Maracaípe”, como de fato é, um jardim de emoções no inverno gelado do trato comercial.
A alameda curtíssima, de calçadão especial para pedestres, é uma rara demonstração de cuidado com o reino vegetal, farta de verdes, marrons dos troncos, variedade de cores na explosão das flores que a imaginação de um poeta transubstanciou em jardim de inverno.
Na programação da noite, um sarau. Na verdade, se tratava de um plantio cultural. Não de árvores ou ervas, mas de cultura, essa planta etérea que nos penetra por todos os sentidos, inclusive aqueles que ainda não sabemos tê-los e nem os sabemos ter.
Luiz Pereira, poeta, cordelista, o arranjador da coisa, recebia convidados, ajeitava o som, colaborava na disposição das mesas, auxiliando como possível o arranjo geral.
Passarela no centro de Palmas urbanizada pela
iniciativa privada (Junior Maracaípe)
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O distinto público, indistinguível, posto que ausente, começamos a jogar palavras (e poemas) ao vento e o vento levou palavras, coloriu-se de entonações, engravidou de emoções. Na abertura extraoficial, Osmar Casagrande saúda Zé Gomes com o poema “Post scriptum”, numa referência à memória que trazemos todos daquele poeta que, de um ou outro modo, nos orientou, mostrou caminhos, deu cascudos (verbais, entenda-se) e entrou para a história geral da cultura palmense, além da história particular de cada um de nós.
Tudo correu na calma mansa da alameda comercial, àquela hora fechada para as coisas do comércio e aberta em flor para as coisas da emoção, com os poetas se revezando no doce ofício de engravidar paixões. Plantamos assim, na sexta-feira, 23 de agosto, com esse sarau singelo, um ponto de ação cultural no coração de nossa cidade. Ali, a céu aberto, numa iniciativa da Associação dos Escritores do Estado do Tocantins (em processo de registro, sob a batuta do citado Luiz Pereira da Costa) e sob auspícios do Júnior Maracaípe, empresário (Spaghetti Maracaípe) que cuida com fervor religioso da flora e conforto daquele pedaço de paraíso.
Presentes ao ato+, amigos de velha data, do tempo do “tijolão de poeira” que imperava na nossa incipiente Palmas e os poetas Osmar Casagrande, Luiz Pereira e Gislene Camargos, além de Aluísio Alves, músico, Júnior Aracaípe e outros que se achegaram, ouviram, conversaram, se encantaram e seguiram para cumprir seus ofícios.
*É poeta, escritor, publicitário e advogado.
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