A jaca e o arroz dos avós são mais gostosos
A jaca e o arroz dos avós são mais gostosos
Data de Publicação: 16 de setembro de 2024 16:42:00 Nesta crônica, Antônio Oliveira compartilha momentos cativantes com seus netos, repletos de carinho e tiradas engraçadas. Entre jacas e almoços, ele revela como essas pequenas interações familiares se transformam em preciosas memórias cheias de afeto e humor.
Nesta crônica, Antônio Oliveira compartilha momentos cativantes com seus netos, repletos de carinho e tiradas engraçadas. Entre jacas e almoços, ele revela como essas pequenas interações familiares se transformam em preciosas memórias cheias de afeto e humor.
Antônio Oliveira
Netos dizem cada uma.
Aliás, o primeiro parágrafo desta crônica é também o nome do meu novo livro, que estará à venda nos próximos dias na minha livraria virtual. Nele, reuni as pérolas ditas pelos meus oito netos – ou melhor, nove, atualmente, contando com a Valentina, enteada do meu filho mais novo, André Vinicius, que, com muito carinho, já considero minha neta também.
Viver rodeado por esses pequenos é uma aula constante, e sou imensamente feliz com o amor que recebo de todos. Ser avô é experimentar uma emoção que palavras mal podem descrever. Eu os observo atentamente e, com suas tiradas, transformo momentos simples em crônicas que nos envolvem com ternura e afeto.
Acompanhar o apego que eles têm aos avós é algo mágico. Deixa eu contar mais dois casos que ilustram bem isso: um da Ana Clara, de 7 anos, e outro do João Guilherme, o caçula de 5 anos.
Ana Clara é muito apegada e tem forte ascendência sobre mim, sem sair do devido respeito no relacionamento neta-avô. Também não é criança "pentelho", mas decidida. Desde a época do Maternal, sempre me teve como uma figura constante nas idas e vindas da escola. Eu me revezo com os pais dela nessa rotina. Levava-a até a porta da sala de aula e, ao final da aula, buscava de volta. Era quase um ritual. Mas, um dia, quando ela passou para o segundo ano do ensino fundamental, próximo aos seus 7 anos, no primeiro dia de aula, ao abrir a porta do carro, ela decretou com ares de independência:
Fotos da montagem: acervo do autor |
– Vovô, eu já sei o caminho.
Desde então, Ana Clara tem ido sozinha até a sala. Mas, de vez em quando, volta a ser minha menininha, pedindo para que eu a leve no colo até lá. E outro dia, quando me fez esse pedido, brinquei:
– Quando você crescer e estiver grávida, não vai pedir jaca pro seu marido, mas pra mim. Vooovôooo...! Eu quero Jaca.
Ao que ela respondeu, sem titubear:
– A jaca do vovô é mais gostosa!
Já o João Guilherme, que mora lá em Marabá, no sul do Pará, com seus pais, Tati e Gledsom, sente uma conexão especial com os avós maternos, meus amigos Wilson e Vanusa. Eles cuidam do pequeno no período da tarde, após ele voltar da escolinha, enquanto os pais trabalham. E um dia, depois de uma semana sem ir almoçar na casa dos avós, João Guilherme reclamou para a mãe, dizendo:
– Eu quero almoçar na casa do vovô.
A mãe, tentando convencê-lo, explicou:
– Hoje não, filho. Eu estou de férias e vou fazer o almoço aqui em casa.
Mas o pequeno, com a sinceridade típica das crianças, respondeu:
– Mas o seu almoço é chato!
E assim, entre jacas e almoços, vamos colhendo essas histórias, pequenos tesouros que só os netos sabem nos presentear.
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